sexta-feira, 3 de outubro de 2014


EROTISMO E SENSUALIDADE


Quanta confusão acerca da sensualidade e do erotismo. Fazem tanta coisa errada a despeito desses dois adjetivos que foram rebaixados a pecado ou uma furiosa dancinha juvenil, por duas ou mais gerações. Apraz ser sensual sim, erótico, sem ser banal, deselegante ou pequeno demais para ser notado. O namoro não é tão gostoso e se perde quando há ausência de carinho ou quando o romantismo é deixado nos planos do passado, como a dizer que são “coisas de velho, então, vaso e descarga". 
A corte deve ser a preliminar obrigatória ao coito e o prazer deveria ser colocado entre as pernas de todos os pudores. O orgasmo de uma mulher inicia-se na corte. Será que é difícil entender isso ou vão ficar aí perdendo garotas a vida toda? Toda mulher começa a "gozar" quando percebe ser desejada, assediada sexualmente pelo homem que a atrai sexualmente. Tomara que seja aquele com quem também deseja construir um lar com e para elas. O tesão fica mais aquecido quando ultrapassa o puro ato mecanicista que termina no “eu gozo, tu gozas” e cada um vai pra sua casa mais leve, deixando o humor em alta, o estresse controlado e a alma renovada. É isso (risos). O sexo gostoso de verdade provoca uma química no corpo que mais parece termos passado uma semana em um spa, com toda a pompa possível. A mente fica mais equilibrada e outros prazeres como a leitura e tudo o mais que exija concentração, vão fluindo leve e naturalmente.
A sensualidade e o erotismo temperam o relacionamento pois são os pais legítimos do desejo. Por falar em rotina e desejo, há muitos casos de pessoas que executam a rotina e desejo como uma orquestra desengonçada, assim como se uma música fosse tocada por dois instrumentos em tons diferentes que não os relativos ou a terça ou quinta. Completamente desafinados e sem criatividade. Mas todo o casal tem altos e baixos, inclusive os safadinhos das quatro paredes, dos boxes, banheiras, piscinas, tapetes, carros etc. Faz parte. Para durar, o “amor” deve permanecer quente como pimenta, atendendo a toda e qualquer ansiedade sobre o que se espera do ato sexual ou um pouco mais, porque entre quatro paredes não há pecado algum, desde que não fira os limites do outro. Este relacionamento que tinha uma lua de mel de fundo, não passe a vibrar como uma das histórias que inspiravam o saudoso escritor Nelson Rodrigues. 
Nomeamos sempre uma nova posição amorosa. Hoje descobrimos a estrelinha. Pergunta não, porque não estamos autorizados a falar, tampouco demonstrar. Mas se tiver alguma realmente inédita e sensacional, mande em off, mas somente uma breve descrição, sem detalhes particulares e sem fotos (risos). 
O sexo não deve ser uma coisinha rapidinha, do tipo: temos que transar em cinco minutos senão vou perder meu ônibus para o trabalho. Essas rapidinhas serão facilmente absorvidas na rotina e também facilmente esquecidas. A não ser que exista uma forte carga emocional e por isso, por que não, falarmos em intensidade? 
Fazendo sexo (ou amor), este grande evento em nossas vidas, carece de atenção muito especial, de preferência em momento de relaxamento, assim, devagar para que possam perceber em tempo, a beleza da hora e a exploração da essência, muito aptos a usufruir a vida, que segue fluindo quente nas veias, fazendo-nos sentir que temos todas as idades disponíveis.

Valter Brito

Nenhum comentário:

Postar um comentário