segunda-feira, 7 de agosto de 2017

TEMAS DE GAVETA
Sou de um tempo especial
Quando não era pobre de mim
Observação timida, um parto lancinante
O corpo respondia prosas
O que de minha mente florescia
Pescava o que via
Da beira mar
Das florestas e rios,
Das manisfestos agrestes
Dos quase estudantis
Dos pereiras e marionetes
Partes osmose,
Parte sons naturais e flores naturais
Do choro suburbano
Qual pássaro a sobrevoar os campos
Navegava nas razões de minha mãe
Como pássaro de gaiola, assistia
Ela a citar lamentos de boa querencia
Revisava tudo antes de colher as frutas no quintal.
Certas canções que ainda ouço
E que dormem latentes qual o cheiro de goiaba
Nas minhas vestes
Pedras, rios e cordas
Ponteios pontuais de fazer lascar
Soltava alegre, um sorriso incontido de menino
Ao mesmo tempo fechado
Para a minha história a dentro
Que guardo cá nos olhos.
Quando vejo a terra de mim, o trem, as pessoas
Faço emissões convulsivas
De desejo e de razão
E a paz que nunca esmaece
Não se entrega no primeiro sol
Mas remexe, amola, afia a lingua
Como um passe, uma posse, um sopro
Escopo da luz divina
As notas, trago dentro misturadas
Por isso tão velho e menino
Abraço meus temas de gaveta.

Vb

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